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SER LGBTQ EM BH

O que é ser lésbica em Belo Horizonte?


Adriana Rossi Campos

Lésbica

47 anos


CAMINHO LONGO, DOLOROSO E TORTUOSO

Assim como a história de Adriana, essa foi e ainda é a realidade de tantos que passam boa parte da juventude velando a própria identidade: uma rotina muitas vezes solitária, que consome psicologicamente aqueles que não se sentem preparados para assumir sua sexualidade. Para a nossa entrevistada, esse processo não foi fácil. Dela ouvimos, com os olhos marejados, que a luta foi árdua, um caminho “longo, doloroso e tortuoso”.


No caso de Adriana, o mais difícil foi contar para a família e, em especial, para a mãe. Se assumir para uma senhora católica, de preceitos conservadores, demorou 29 anos. Optou, antes de qualquer coisa, por sair de casa, comprar um apartamento e se tornar 100% independente dos pais. Durante a adolescência e já mais jovem, chegou a se relacionar com alguns homens, todas as vezes de maneira curta e objetiva. Segundo ela, tudo não passava de fachada. Na própria intimidade, aquilo lhe torturava e a deixava frustrada. Queria demonstrar para a sociedade heteronormativa que se adequava aos padrões impostos. Foi, inclusive, apenas uma vez para a cama com um homem, situação da qual se arrepende profundamente. Ao falar disso, Adriana limpa as lágrimas do rosto e transpassa para nós, meros entrevistadores, toda sua emoção. Nunca conseguiríamos nos colocar de fato em seu lugar, mas só de compartilhar conosco sua história, em sua própria casa, já era suficiente para nos conectarmos à ela.



Vale inclusive falar sobre a acolhida de Adriana em sua casa. Localizada no bairro Lagoinha, na região Noroeste de Belo Horizonte, o condomínio onde ela vive há alguns anos é seu xodó. Comprou com seu suado trabalho e aqui vive uma rotina muito prazerosa com os vizinhos. Com a maioria, já que são milhares de moradores, ela estabeleceu uma excelente relação. O enorme jardim na entrada, antes do acesso aos corredores centrais é o que chama a atenção de qualquer visitante ou morador que por ali passa. Ao final do nosso encontro com Adriana descemos juntos até lá e ficamos conversando por mais uns 20 minutos. Foi um momento mais íntimo, quando já descalça, Adriana contou alguns detalhes a mais de sua vida e do seu gosto pela terra, pelas flores e, especialmente, pelo jardim. Cores diversas, o canto dos pássaros e o miado de um gato qualquer que por ali andava marcaram aquele momento. Dali, a nossa entrevistada deixou claro que não quer se mudar, que se sente segura, acolhida e respeitada.



Quando chegamos, esperamos em um corredor escuro, silencioso e iluminado ao fundo por uma janela que refletia em um jarro de planta. Tocamos a campainha, mas não fomos atendidos. Da segunda tentativa, Adriana nos abriu as portas de sua casa, que logo dá para a sala de estar. O cômodo é bem pequeno, mas suficiente para ela, a esposa e mais um rapaz. À esquerda da sala fica o quarto de casal e à direita a cozinha, em frente ao sofá uma enorme bandeira do Cruzeiro, seu time do coração, e um quadro com várias fotos da família.


No quarto, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida me chamou atenção. Nesse dia, em especial, tanto sua mulher, quanto o rapaz mais novo estavam indispostos, por isso a conversa foi mais centrada em Adriana e em sua rotina. Pergunto então, qual sua relação com a religião, já que a santa ocupava parte de sua parede. Com um discurso tocante, a entrevistada afirma que, apesar de criada na religião católica, considera a espírita a que mais aceita a diversidade de gênero. Atualmente, não cultua nenhuma, mas respeita todas. Foi criada assim e isso se mantém. Para ela não importa ser muçulmano, evangélico ou xiita, mas ser tolerante, respeitoso, fraterno e promover o bem.



“VIDA NORMAL”

Para a sua tranquilidade, quando Adriana assumiu-se lésbica, todos se esforçaram para compreendê-la, ao invés de penalizá-la. Tudo foi um alívio para ela, que reconhece o fato disso não ser recorrente com tantos outros brasileiros. Uma pesquisa realizada pela consultoria Santo Caos com jovens do país concluiu que 63% deles relatam sentir rejeição total ou parcial dos familiares após assumirem a orientação sexual. O estudo apontou ainda que apenas 59% revelam a orientação sexual para os familiares, enquanto que os outros 41% dizem assumir para algumas pessoas, ou preferem esconder totalmente.


A relação com os amigos sempre foi substancial para Adriana. Construir isso na juventude foi importante para criar vínculos, desenvolver um pensamento crítico sólido e poder se assumir anos mais tarde. A Belo Horizonte dos bares foi e ainda é bem vivida pela nossa entrevistada, que carrega firme um sorriso no rosto. Com seu jeito que mescla espontaneidade e uma certa timidez pelo primeiro encontro com o grupo nos revelou uma pessoa de pulso firme e personalidade forte. Sinto uma Adriana que corre, todos os dias, atrás daquilo que quer, pelas pessoas que a rodeiam e pelo que acredita. Ao longo dos minutos de conversa, no entanto, ela insistiu em dizer que sua vida é normal demais, que não tem histórias como muitos que saem por aí contando causos. Fato é que não estávamos ali para isso. Queríamos que tudo fluísse naturalmente e que o papo se tornasse o mais sincero possível. E foi isso que conseguimos.


Adriana começou a se inserir no universo LGBTQ indo para a noite quase toda semana numa “batida intensa”, segundo ela. Às quintas começava indo à boate Estação 2000 com os amigos, uma casa noturna animada com shows de drag queens, videoclipes e boa música. Às sextas-feiras ia para o Gis, uma famosa boate GLS, sigla mais comum na décad passada, da cidade. Rindo, contou o caso de um amigo que foi com ela até a Gis. No início da festa, ele simplesmente sumiu. Após horas procurando, colega surgiu meio grogue da enfermaria. Haviam lhe drogado com um “Boa Noite, Cinderela”. No sábado voltava na Estação e no domingo, uma mistura de Feira Hippie, Austral e o Eros, bar e boate respectivamente. Segundo ela, era um ambiente para se divertir e para achar alguém. No entanto, não foi lá que encontrou alguém que lhe completasse. Frequentava por serem os lugares do momento, que ficavam cheios e tinham boas atrações.


Sobre afetos, Adriana nos revelou que apenas quando migrou para os sites de relacionamento que conseguiu encontrar alguém que a acrescentasse. No Brasil, segundo o IBGE, 58% das pessoas LGBT possuem parceiro fixo. Segundo a entrevistada, o ambiente on-line permite com que o usuário coloque seus gostos, preferências e hábitos, o que facilita no sentido de aproximar quem tenha uma rotina parecida e esteja a procura de um parceiro. Foi assim com Verônica, que hoje é a certeza da vida de Adriana. Ela fala da atual esposa com um carinho encantador e com um sorriso de satisfação estampado no rosto. Casou-se há cinco anos e desde então moram juntas no condomínio onde estávamos. Acamada por conta de uma virose, a esposa não conversou muito conosco, mas nos deixou bastante à vontade, ofereceu o almoço que havia preparado e soltou algumas palavras durante a entrevista.



A história do casal é bastante interessante e atípica. Verônica já havia se relacionado com outros homens anteriormente e hoje tem quatro filhos. Um deles, ainda estudante, mora com as duas. Adriana fala de cada um com um carinho especial. Esse último, por exemplo, trabalha e estuda, corre atrás do que quer e está lutando para começar a vida profissional. Outras duas filhas com quem convive recorrentemente e um rapaz mais velho. Sobre esse, Adriana comenta que ele prefere não falar sobre o assunto, mas que nunca a destratou por ela ser a companheira da mãe nem a própria mãe por suas escolhas.


Tudo isso fez com que Adriana construísse, quase que sem querer, uma enorme família. Apesar de nunca ter querido ter filhos, tornou-se mãe por tabela e hoje tem até netos. Das palavras dela, uma família maravilhosa, que se ama, que se diverte, que também briga, mas que convive super bem.


TRABALHO

Sentir-se à vontade no trabalho para assumir a própria identidade é algo difícil para muitas pessoas. Fato é que, apesar dos importantes avanços alcançados por pessoas LGBTQ em Belo Horizonte e até no restante do país, situações retrógradas nos impedem de ser uma cidade livre de preconceito em casa, na rua ou no trabalho.


Outra interessante pesquisa do grupo Santo Caos evidencia que ainda há muita intolerância dentro das empresas brasileiras. 53% das pessoas não declaram a orientação sexual no trabalho ou contam apenas para algumas pessoas. Quando assumem, 90% das vezes é para colegas do mesmo nível hierárquico, 32% para chefe ou superior imediato e apenas 2% para o RH. Os principais motivos perpassam a falta de intimidade e de segurança para expor a vida pessoal, o medo de ser discriminado e da demissão ou o questionamento da capacidade profissional. Outro triste quadro é que 40% já dizem ter sofrido alguma situação discriminatória, como piada, fofoca e assédio moral.


Fato é que uma sociedade que discrimina acaba criando empresas preconceituosas e despreparadas para lidar com a diversidade de gênero. É comum de se ver um discurso moralista de que a empresa respeita a diferença e ainda assim ter uma enorme resistência em contratar candidatos LGBTQ’s. Uma pesquisa britânica de 2014, chamada Diversity Matters, diz que empresas com políticas de diversidade de gênero têm 15% a mais de probabilidade de superar metas. Inclusive em empresas do Reino Unido, para cada 10% de aumento no índice de diversidade de gênero, observou-se um aumento de lucro de 3,5%. É preciso, portanto mais flexibilidade, sensibilidade, cultura de respeito e uma relação saudável com os funcionários.


Com Adriana não foi diferente. Na empresa que trabalhava anteriormente, ela escondia a orientação sexual. Onde está agora a realidade é outra. Além de se assumir, o local oferece plano de saúde para o parceiro homoafetivo. Quando ela soube disso, se questionou: “por que se esconder?”. De acordo com ela, isso tornou as pessoas mais receptivas, diferente da época que mentia dizendo ter um marido, filhos. Hoje não dá margem para especulações e prefere dar duas opções para quem a rodeia: ser amiga ou se afastar. Para Adriana, o essencial é a reciprocidade, isto é, ela faz questão de tratar cada um com o máximo de educação possível. Tem até vários colegas evangélicos que preferem não se envolver por princípios religiosos, mas ela faz questão de demonstrar a eles que é muito mais que uma “pessoa homoafetiva, mas uma colega de trabalho, um alguém que merece respeito”.


Ao falar disso, os olhos de Adriana marejam. Ela se lembra de alguns episódios que já passou por conta de suas escolhas. Não foram raras as vezes em que um conhecido mudou o tratamento ao descobrir que ela é lésbica, ou que alguém se assentou em outro lugar, se afastou, mudou de caminho, parou de conversar, mas como Adriana mesmo diz: vida que segue, pois o saldo de tudo que já passou é mais positivo do que negativo. Ainda cheia de lágrimas nos olhos, - Adriana foi se mostrando uma pessoa emotiva e sensível - ela afirma: Às vezes é fácil conquistar as pessoas, mas difícil mantê-las.


VIDA COMUM

É engraçado como muitas pessoas ficam sem saber o que falar quando o assunto é “conte um caso pra gente”. Com Adriana foi exatamente assim. Durante a nossa entrevista, ela não parava de falar que sua vida é monótona e normal, mas preferimos esperar um pouco para que tivesse liberdade de contar detalhes. Sobre as boates e bares que frequentava, ela comenta o quão engraçado era trombar com um conhecido nesses locais, ser bem tratado, e quando chegava no dia a dia de trabalho, a pessoa nem sequer olhar nos olhos. Atualmente, prefere não ir muito para as baladas, mas adora uma boa cerveja no Bar da Cácia, região central de Belo Horizonte. Também gosta de um bom passeio à Pampulha e ir à bares ao ar livre, como o Bar Estabelecimento no bairro Serra, Mineiro Bil, Xico da Carne e para comer, o Postinho Orion e o famoso Bolão, um tradicional restaurante mineiro que tem o macarrão à bolonhesa como prato principal.


Segundo ela, não há um preferido. Com um largo sorriso diz que o que importa é ter dinheiro para sair de sexta a domingo.


BELO HORIZONTE AOS OLHOS DE ADRIANA: Peso e contrapeso

Para Adriana, BH passou por importantes avanços. Na Parada de Orgulho LGBT, por exemplo, ela pondera que tanto LGBTQs quanto heterossexuais e cisgêneros a frequentam, famílias e até pessoas que querem só se divertir ou apoiar a diversidade. Apesar da abertura pela qual a cidade passou por conta de um discurso menos discriminatório, ela considera que os radicais têm exposto mais abertamente suas opiniões, numa espécie de defesa à livre expressão de opinião. É o que ela chama de peso e contrapeso. Embora tenha observado uma melhora, vê que muitos ainda não conseguem aceitar a orientação sexual alheia.


Como era época pós eleições, pergunto a ela, discretamente, sobre seus candidatos. Não sabia se ela gostaria de falar sobre o assunto, mas não se importou. Inclusive afirmou que votou em dois assumidamente gays. Apesar de não terem vencido, foi quem apresentou a ela uma proposta mais interessante e que disse o que ela precisava ouvir. Para a sua e nossa felicidade, só em 2018, o número de candidatos LGBTQ cresceu 386%. Dados da Aliança Nacional LGBTI+ mostram 160 candidatos na bancada brasileira.



Apesar de ser permitida a união homoafetiva e Adriana inclusive ter ido ao cartório, ela teve a primeira solicitação negada há quatro anos atrás. Optou por sair de lá e ir até outro cartório que a atendeu normalmente. Por pura curiosidade, voltou um pouco antes de nossa entrevista àquele primeiro. Com uma postura extremamente diferente, a atendente disse que negar o pedido é um ato contra a lei. Com isso, Adriana concluiu que várias coisas mudaram e tiveram pessoas que lutaram por isso. Reconhece que não foi uma delas, mas que lhe pareceu mais cômodo naquele momento resolver rápido em outro cartório.


Sobre a cidade, Adriana diz que sente falta de organizações governamentais mais atuantes no sentido de dar apoio psicológico, social e emocional às pessoas LGBT e seus familiares. Não se trata, segundo a entrevistada, de somente ajudar aqueles que se assumem, mas pais, mães, avós e irmãos. Os eventos de destaque para Adriana em BH são a Parada e o Carnaval. Para ela, é como se por alguns instantes o mundo se tornasse gay, todos interagindo, vivendo livremente. Comenta do evento de São Paulo, o maior do Brasil, ao qual já foi e quer voltar.



Sobre ser uma mulher homossexual em Belo Horizonte, Adriana diz que é preciso participar da sociedade, estar atenta à ela, ser independente, ter amigos e participar dos eventos de família. A diferença não está na orientação sexual, mas ter voz ativa, lutar pelos próprios direitos. A pressão sobre a mulher é ainda maior, por isso é essencial ser melhor, provar a capacidade, sem que a estética pese negativamente na rotina. O futuro para ela é a auto-aceitação.



PAIXÃO PELO TIME

Mineirão, 11h30 da tarde. Sol forte, Adriana chega de ônibus ao nosso encontro. Nos dirigimos até a portaria onde a moça informou que a visita guiada ao estádio e ao museu custaria dez reais para estudantes e vinte para pessoas fora das condições especiais. Ainda na portaria, o local encanta pela decoração típica. Pagamos os ingressos e esperamos alguns minutos para entrar. Era preciso sentar nas cadeiras até que a guia que nos acompanharia chegasse.



Por dez anos foi sócia do Cruzeiro e frequentava assiduamente o Mineirão nos jogos do time de coração, mesmo sozinha. Com a chegada de Verônica, passou a selecionar mais as partidas que iria, mas sem deixar de ir. Após a reforma do estádio, no entanto, Adriana acha que parte da diversão se foi, já que no lugar do verde das árvores, o cimento cinza tomou conta de boa parte da esplanada. Apesar de se encher de cor durante os jogos, a magia externa se perdeu um pouco.



Logo no começo, a guia nos surpreendeu com um discurso de diversidade de gênero. Comentou que apesar da cultura machista e homofóbica do futebol, não seria permitido nenhum comentário discriminatório, pois o Mineirão preza pela igualdade. Entramos no estádio e demos de cara com a bola da copa de 2014 em proporções enormes. Adriana tirou algumas fotos e em seguida nos contou um caso.




Por falar em histórias, a nossa entrevistada ama falar sobre o Mineirão e sobre os jogos que marcaram sua vida. É surpreendente como ela sabe cada detalhe da estrutura do estádio, claro que por conta dos tantos ingressos que já comprou para assistir às partidas do seu time do coração. Ao entramos no campo, os olhos dela se encheram de alegria, foi como colocar uma criança num parque de diversões. Adriana ficou inspirada e contou uma história sobre seu tio. Era dia de partida contra o Botafogo e ela ficou em casa para assistir. Ainda no primeiro tempo, o tio resolveu ir ao banheiro e o Cruzeiro levou um gol. Passados alguns minutos, ele voltou e então foi a vez do time azul e branco colocar duas bola na rede. 3 a 2 a favor do Cruzeiro. Mais uma ida do tio ao banheiro e gol do Botafogo. 3 a 3. Passou o primeiro tempo e quando ele disse que iria o banheiro, Adriana impediu. Resultado: 5 a 3 a favor da torcida celeste.



Saindo do campo, fomos à sala de entrevistas. Toda desinibida, Adriana parecia ter ficado ainda mais à vontade conosco. Contou então sobre sua primeira ida ao Mineirão. Foi aos 7 anos de idade com o pai. Logo no início do jogo, o Atlético Mineiro marcou um gol, mas aos 47 do segundo tempo, o Cruzeiro conseguiu empatar e tranquilizar um pouco mais o coração dos torcedores que foram assistir à partida.


Toda alegre, Adriana tirou fotos no vestiário, posou com as camisas, jogou futebol na sala de treino dos jogadores, se divertiu. Não tivemos dúvidas alguma que ir ao Mineirão havia sido a melhor opção. No museu, ela sabia de quase tudo, chegava a ser engraçado. Lá veio outro caso do Mineirão. Era Copa das Confederações de 2015, havia comprado ingresso para uma partida com uma amiga. Foram ao jogo, mas era época de manifestações contra o governo Dilma e a corrupção sistêmica do país. Por isso, o transporte parou bem longe, próximo ao aeroporto da Pampulha. Tiveram que ir as duas a pé até o estádio num sol de rachar. O que era pra ser um martírio se tornou super prazeroso e com prosa vai e vém, ao final já eram quase quarenta pessoas em grupo rumo à partida.



Encantada com as novidades do museu, Adriana tocava as obras, interagia com as tecnologias, ouvia, comentava sobre quase tudo. Ao final, deixou palavras de ensinamento. Disse que pela forte ligação do futebol com o masculino, há uma forte homofobia atrelada ao esporte. Apesar de nunca ter sofrido assédio por conta da orientação sexual dentro do estádio, ela pondera que por ser lésbica, não sofreu como os gays. Viado, maria, franga são alguns dos adjetivos que estamos acostumados a ouvir com a bola em jogo. “Somos seres humanos, homoafetivos ou não, torcedores ou não, é assim que queremos ser tratados: como iguais.”


Segundo Adriana, falta muito para alcançarmos o cenário ideal de respeito e igualdade, mas é preciso ter coragem. Finalizou com a seguinte frase: “Quem tem medo, venha mesmo assim. Tenha coragem. Se for hostilizado, denuncie. Você tem direito de vir ao Mineirão!”



Nos despedimos, Adriana pegou um Move e foi continuar a viver a história que tivemos o prazer de compartilhar.



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