top of page

SER LGBTQ EM BH

O que é ser travesti em Belo Horizonte?

Atualizado: 20 de nov. de 2018



Anyky, 62 anos, travesti.


1º de maio, 10h.




Ainda na infância, no interior do Rio, Anyky não se via como um garoto como os tantos outros com quem convivia. Filha de um pai rústico e conservador, nascido em Pernambuco, ela tinha seis irmãos. Ainda que podada pelo medo de ser rejeitada pela família, especialmente pela figura paterna, os trejeitos e gostos da pequena Anyky motivaram sua expulsão de casa aos 12 anos de idade. “Rebelde e com ódio” é como ela mesma se descreve. Ouvi-la contando tudo com certa naturalidade e, por vezes, até de forma jocosa é como um soco no estômago.


Perguntamos a ela como foi se descobrir durante a vivência fora de casa. Ela chega a rir, obviamente com ironia. Pequena, frágil e temerosa, Anyky ficou três dias na rua, encontrou uma amiga e partiu para Vitória, quando começou a se prostituir. Foram 8 anos no Espírito Santo. O momento – por volta dos anos 70, concomitante ao processo ditatorial vivido no Brasil, tornou a vida dela e de suas colegas ainda mais difícil. “Viva a família brasileira, viva a Igreja, viva o militarismo e a ordem social”. O discurso era esse. Não havia, portanto, espaço para a vida noturna dessas mulheres, que eram chamadas de subversivas, desviantes e anormais. O indelével ato institucional número 5, implementado em 1969, freou a luta LGBTQ e, anos mais tarde, a perseguição a esses grupos era justificada com uma palavra: vadiagem.


Não foi diferente com Anyky. Ela e suas companheiras eram presas diariamente, apanhavam, os milicos as colocavam para lavar banheiro. Segundo ela, a pele branca, a beleza e as pernas grossas eram um atrativo naquela sociedade tão hipócrita que tratava as travestis negras com ainda mais crueldade. Hoje, a beleza já não é uma prioridade para ela que se diz além da idade, com as pernas cansadas e a respiração ofegante. Realmente Anyky está longe dos estereótipos, não adota ornamentos nem maquiagens, mas seu olhar doce e cansado transparece a força de uma mulher literalmente vivida.


Na cidade do coração

Depois de três anos morando em Diamantina com o amigo e cabeleireiro Toninho (a trans Josi fora do trabalho), Anyky partiu para Belo Horizonte. BH é para Anyky um mix de sentimentos. Encontros, desencontros, amizades, perdas, prostituição, vivência. Na capital mineira se prostituiu na Avenida Pedro II e colocava seu telefone em anúncios como “Dominadora”. Lembra dessa época com frieza, diz que encontrou de homens maravilhosos a homens horrorosos, foi a apartamentos chiques, entrou em carros que nunca entraria - para ela, lados bons e ruins como qualquer coisa na vida. O trabalho como costureira era um complemento. Juntando os dois, conseguiu alugar a primeira casa.



A luta foi e ainda é difícil. A falta de sororidade e empatia é característica preponderante do “universo transfóbico”. Ela pega seu copo de água, dá um gole, volta a nos olhar e comenta com dureza do falso moralismo da sociedade. O uso da pornografia trans, a agressividade e os assassinatos foram outros tocantes da conversa. Com tristeza e pesar, lembra a posição de Minas Gerais no ranking dos Estados com um dos maiores índices de violência do país. A Belo Horizonte, que para ela sempre foi tão acolhedora, tão familiar, mostra também uma face cruel de transfobia.


Mesmo diante desse cenário, a madura travesti, com seus 62 anos, quer ficar por aqui. São 36 anos em BH. Passou por kitnet no JK, depois uma casa na Goitacazes com dois quartos, foi para o 661 no Centro com outras meninas, partiu para uma pensão com mais de 25 garotas onde cozinhava e cuidava. Com o boom da crise econômica em 2014 muitas partiram e hoje Anyky prefere a tranquilidade da casa onde vive. Ela se dá muito bem com a cidade, muitos a conhecem, alguns a amam, outros a odeiam, mas com tranquilidade ela diz que vai vivendo e daqui não sai nunca mais.



A propósito, vale detalhar nossa chegada à Anyky. Era exatamente 10 horas da manhã quando estacionamos o carro em frente à sua casa, no bairro Carlos Prates, região noroeste de BH. Não há exatamente uma entrada tradicional, tocamos o interfone e ela abriu o portão da casa, que é anexo à garagem. O muro da rua é simples, a cor é acinzentada e não chama atenção. Conhecemos a sala, - uma certa bagunça nos dá a curiosidade de sair olhando o que há por ali. Quadros, fotos, máquina de costura, caixas, adornos, imagens sacras. Antes mesmo de entrarmos, ouvimos muitos latidos. É que Anyky ama cachorros, são 4, todos presos, provavelmente porque seria muita agitação para eles, que não estavam acostumados com os rostos diferentes.





O primeiro contato foi mais frio, Anyky é de semblante sério. Ela mesma se diz uma pessoa muito seca. Talvez por tudo que passou tenha se tornado mais reservada, pouco expansiva. Ela nos convidou para entrar e o primeiro cômodo era a sala. Não passamos dali. Os cachorros, afoitos num primeiro momento, foram separados de nós por uma enorme caixa entregue pelo Ministério da Saúde à Anyky. É que a entidade dá a ela milhares de camisinhas para serem distribuídas entre as pessoas que conhece. A sala, cheia de informação, guarda aspectos interessantes sobre a travesti. Uma bíblia divide espaço com imagens da cultura religiosa africana - Oxum, Oxalá, Ogum, Iansã. Uma máquina de costura ociosa, um computador - que ela diz usar pouco por falta de habilidade. A mistura de religiões nos apetrechos chega a ser engraçada. Ela diz que não é preciso viver dentro de um quadrado da Igreja, pois Deus está em todo lugar contando que você tenha um coração limpo. De todos os credos, a matriz africana é a que Anyky mais se identifica. Segundo ela, é a que melhor aceita a comunidade LGBTQ.




Mudando um pouco o foco da conversa, Anyky faz questão de ressaltar que é tra-ves-ti - diz paulatinamente e com ênfase à palavra. Abanando seu clássico leque azul e preto, com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida - mais parecido com uma enorme borboleta -, ela comenta que gênero não é algo que se muda de uma hora para outra. Embora reconheça que vários avanços tenham sido conquistados nas últimas décadas e novas nomenclaturas tenham sido adotadas, para ela “travesti” é a melhor maneira de se autodenominar.


Anyky se refere ao Cellos, o Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais, como o local que deu a ela o apoio e o aval que possui hoje para falar sobre liberdade de gênero. Foi quando a polícia invadiu sua casa que ela recorreu ao grupo para se defender dos ataques transfóbicos. Foram prestar queixa e o então presidente, Carlos Magno, a chamou para ir até à sede. Dali em diante não saiu mais e hoje é a vice-presidente.




Com o alicerce do Cellos e da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Anyky comenta ter corrido atrás para conquistar seu espaço. Dentro do Cellos atuou contra o machismo da própria entidade. Com a criação de um Núcleo Trans, a travesti passou a ser reconhecida não apenas no seu bairro, mas nas universidades, em outras cidades onde palestra e em grupos LGBTQ’s.


Abanando o leque e com um leve sorriso no rosto, Anyky comenta que atualmente sua rotina se concentra dentro de casa. Cansada, velha, doente e com problemas nas pernas é como ela define sua situação. Apenas quando possui reuniões mais importantes que sai de casa, contando com a ajuda de colegas que a buscam em casa. Gosta de frequentar bares, mas raramente sai. Diz de um em específico próximo à praça Raul Soares. Não bebe refrigerante, nem cerveja, mas confessa que curte uma caipirinha bem doce. Mas uma apenas, é o que aguenta. Além disso, dar uma volta no Mercado Central - embora evite por conta da multidão e os problemas na perna. Quando ainda morava no Centro, costumava se produzir e passear pelo bairro. Até hoje corta cabelo com Nero, cabeleireiro da Galeria do Ouvidor.


A convivência com a vizinhança foi até muito harmônica, conta Anyky. Apenas quando a casa era mais cheia de meninas que enfrentou um ou outro problema. Ela chegou a ser invadida por policiais, que não encontraram nada, apenas 20 meninas. Nem uma ponta de maconha foi encontrada, talvez se fosse diferente, ela estaria presa até hoje.

Claro que não foi fácil, mas chega a impressionar a forma como Anyky relata com serenidade e força todas as intempéries pelas quais passou. Após sair de casa, foram 3 anos sem qualquer contato com a família. Ele foi voltando paulatinamente após seu retorno ao Rio de Janeiro. A rua, cheia de suas sujidades e intempéries, foi para Anyky um colo quando a sua família já não era mais. Fez amizades, encontrou apoio quando os próprios parentes a rejeitaram, se viu amadurecer e criar independência quando muitos dos seus antigos colegas brincavam de bola e de boneca.


Infelizmente, algumas meninas que já moraram com Anyky tiveram destinos diversos. Ela dividiu conosco que algumas se tornaram moradoras de rua, outras foram para Europa e vivem uma boa condição de vida. Outras tiveram destinos mais cruéis: Mirela e Tifany. Sua seriedade diante da pergunta brutal impressionava. No fundo, os olhos marejaram por alguns instantes, a boca esfriou, o olhar se perdeu, mas Anyky se mantinha forte. As duas amigas moraram em sua casa e foram assassinadas friamente. Ao lembrar de Tifany, Anyky enche os olhos de água. A amiga foi encontrada esfaqueada debaixo de um caminhão. Ela respira fundo e conta de Mirela, assassinada dentro de casa.


Esses traumas e as ameaças de morte pelas quais passou fizeram Anyky desgostar da noite. É por isso que evita ao máximo sair e dorme e acorda cedo.


Vida na noite e na rua

Sobre a prostituição Anyky fala com tranquilidade: a viveu até os 50 anos de idade. Abanando o enorme leque, ela nos disse que o fez por necessidade, pois no fundo não gostava. Ainda assim, a travesti reconhece o tanto que aprendeu nos anos em que dependeu da Avenida Pedro II.



Na rua, concluiu que um diploma nada significa no aspecto moral e ético das pessoas. Já foi obrigada a ouvir de estudantes palavras esdrúxulas e xingamentos enquanto se prostituia. Lhe foi negado atendimento em hospital e às amigas. A palavra “luta” tornou-se, portanto, sine qua non no seu vocabulário. Ou você luta ou você sobrevive nessa selva de pedras que é a cidade, este é o lema de Anyky.


As palavras finais nos tocam profundamente. Anyky reconhece que o termo travesti é muitas vezes usado de forma pejorativa e que as nomenclaturas servem basicamente para criar políticas públicas. Isso porque, todos, sem exceção de gênero, são seres humanos. Hoje, ela está mais reflexiva, interiorizando melhor o que acontece ao seu redor e tentando entender a extrema violência e o discurso de ódio que parece aumentar a cada dia.

É preciso mudança, é preciso uma sociedade livre de estigmas e preconceitos, é preciso inserir a travesti, a(o) transexual, o gay, a lésbica na sociedade, no trabalho, nas escolas e universidades, é preciso dar abertura e levantar a voz dessas milhares de pessoas que lutam diariamente pelo mínimo: respeito.


Um dia com Anyky - 21ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte

17h - Anyky é referência. Sob a égide da Parada, ela e suas amigas chamam a atenção por onde passam. De todas, no entanto, é a mais discreta. Parece que o passar dos anos a tirou um pouco da vaidade e da preocupação com a beleza. Enquanto as colegas se carregam de maquiagem, vestem seus tubinhos, abusam no decotão e no salto 15, Anyky opta pelo seu vestido largo, ventilado, com uma estampa senhoril.




14h30 - Era 8 de julho, tarde de domingo em Belo Horizonte, sol quente mas agradável, Praça da Estação lotada, bandeiras, fantasias, felicidade estampava no rosto, cerveja e catuaba em algumas mãos, parecia até um carnaval. Na verdade, mais parecia que Belo Horizonte havia se tornado LGBTQ e que ninguém poderia dizer o contrário. Em frente aos nossos olhos víamos uma BH mais igualitária, compreensiva e menos preconceituosa. Não havia espaço para o ódio, nem para a discriminação e tudo parecia reluzir com as bandeiras do arco-íris.




15h - Conversa vai e conversa vem com pessoas que passavam pela Praça, ouvimos uma voz conhecida ecoando no fundo. Era Anyky. Pelo microfone ela transmitia palavras de força de uma mulher trans, sofrida mas esperançosa no futuro. Corremos para a frente do palco. Ela e outros representantes do movimento gritavam palavras de luta e resistência -, momento importante para concentrar o olhar de todos para o que mais importava ali: diferentes escolhas, gêneros, orientações sexuais, mas uma mesma luta. Luta árdua, que requer pulso firme diante de situações que para muitos é tão natural: pegar um ônibus, andar pela rua, consultar-se no médico, ir a uma entrevista de emprego. Quando acabou de discursar, fomos atrás de Anyky. Com o mínimo de esforço e uma explicação para o segurança, conseguimos entrar em uma área fechada, atrás do palco, onde ficavam os organizadores e os principais representantes do evento.


15h20 - Não vieram para passar batido.

Entre as milhares de pessoas que circulavam pela praça, Anyky chamava atenção pela Parada. No caminho para o trio elétrico, a travesti foi parada por participantes que a cumprimentavam, comentavam sobre um ou outro assunto ou apenas encostavam sobre seu ombro num sinal de “vamos juntos”, de uma luta compartilhada. Tinha também quem a reconhecesse mas não falasse nada. Desde que entrou para o Cellos, se tornou respeitada no universo LGBTQ, deu diversas palestras, se reuniu com figuras emblemáticas, adotou políticas feministas no grupo e foi fundamental para estimular novas políticas de defesa aos LGBT’s na cidade. Hoje, com seus problemas nas pernas tenta ajustar a agenda às necessidades do projeto.



16h26 - Anyky fala da Parada com brilho nos olhos, o mesmo que reluzia por toda Praça da Estação. Com orgulho ela afirmava que aquele era um ato maravilhoso, de luta e de resistência. Ela mesma sabe da sua importância e do quanto simplesmente estar viva e existir numa sociedade tão preconceituosa significa. Apesar de sair pouco durante a semana e rodar mais pelo próprio bairro, a Parada é um dos poucos eventos que faz Anyky se levantar e ir pras ruas. É o lugar que pra ela é sinônimo de reivindicação de direitos numa cidade ainda tão marcada pela brutalidade e violência contra a comunidade LGBTQ.


É preciso, segundo a travesti, entender que ela e todos os transgêneros são seres humanos, que querem viver, ser felizes, mas acabam na rua por falta de oportunidade. Representar a resistência atraiu o carinho de muitas pessoas, inclusive desconhecidas, e Anyky reconhece isso no dia a dia. Ser lembrada, representando a terceira idade, a dignifica por saber que tantas caem no esquecimento ao chegar nos 60 anos. Anyky é prova viva de que é totalmente possível uma travesti envelhecer de forma saudável.

Ela quer consciência, união entre os LGBT’s, e especialmente apoio à parada, que conta com tantas organizações e voluntários para ser o evento grandioso que é. Sem a ajuda de tantos nem 1% seria possível.


16h29 - Anyky resume de forma enxuta a Parada: é um lugar para mostrar a sua cara, mostrar que cada um ali existe e resiste.


16h41 - Anyky levantou-se do banco onde estava sentada quando a entrevistamos. Juntou sua trupe de quatro amigas e partiu rumo ao trio. Uma delas chamou especialmente minha atenção (Rafaela): trajava uma fantasia de oncinha, - um top e um short de animal print, uma meia arrastão preta, duas enormes argolas douradas e um arco em formato de orelhinhas. Estava de óculos escuros, a pele bastante morena, com marca típica de bronzeamento artifical, um piercing no umbigo, lábios carnudos com batom amarronzado e uma plataforma nos pés tamanho 15cm. Em pé, parte da calcinha se abaixava e a deixava propositalmente despida. A voz era firme, mas delicada. Uma pena não me recordar do nome daquela moça. Tão espirituosa e simpática. As acompanhamos até o trio, mas como estava distante e o caminho era tortuoso para quem estava de salto, ofereci ajuda à essa em especial. Entrelacei meus braço ao dela e fomos juntas andando. No caminho, embora muito barulhento por conta do som alto, aproveitei para trocarmos algumas palavras.


17h10 - A senhora da oncinha (como vou chamá-la por conta do traje) era uma mulher espetacular. Dividiu comigo as dores da adolescência e da rejeição e comentou como se reergueu. Partiu para a Europa onde viveu alguns anos na Itália. Se prostituiu por lá, fez cirurgias estéticas e transformou completamente seu estilo. Comprou a própria casa, juntou-se a um homem e passou a desfrutar de uma excelente qualidade de vida. Com o dinheiro que angariou ao longo de duros anos, ajudou toda a família, em especial a mãe.


É neste momento que toca em mim uma gratidão por aquele momento. Eu, menina hétero e cisgênero, nascida em família classe média alta, que passou por míseras dificuldades na vida, ficar pele a pele, olho no olho com uma travesti madura, tão amigável e tão poderosa na forma de se vestir e de se portar, pareceu no mínimo atípico. São dois extremos de uma ponte sensível construída por uma sociedade marcada pela intolerância e pela homofobia. Ao longo da minha vida, experiências me fizeram compreender melhor essa luta, mas nunca será possível me colocar de fato no lugar dessas pessoas que clamam diariamente pelo mínimo: respeito.


Uma corda de tensão é quebrada naqueles poucos minutos e se materializa o sentido da Parada em unir e lutar pela vida e pela liberdade de expressão dos LGBT’s. A realidade, para mim, era surpreendente e necessária para que eu saísse plenamente disposta a fazer o mínimo de diferença quanto à extrema violência e discriminação de pessoas como a notável senhora de oncinha.



17h15 - Infelizmente não conseguimos subir no trio com Anyky e as amigas, mas de longe pudemos mensurar a grandeza daquilo. Víamos nela um sorriso que foi difícil de arrancar no primeiro dia de entrevista em sua casa. Era uma satisfação que emanava para todos que a viam da rua. Lá em cima, certamente Anyky viu o quanto aquilo representava para a comunidade LGBTQ e o tanto que reunir aquelas pessoas resultaria num avanço em termos políticos e sociais. Foi gratificante. Esta é a melhor palavra para descrever este dia.



17H21- Música, dança, palavras de luta, bandeira, cartazes, pessoas: isso resume de alguma maneira este fantástico momento. Fomos embora com a certeza de dever cumprido, de uma mente mais aberta e com sede incessante em compartilhar com os outros a vida e a história de Anyky.




Comments


Protesto na Parada LGBT
Pessoas na Praça 7 na Parada LGBT
Lanchonete na Parada LGBT
Drag queen na Parada LGBT
Parada LGBT de Belo Horizonte
Drag queen vestida de Miss Piggy
Parada LGBT de Belo Horizonte
Cartazes do orgulho bissexual
Parada LGBT de Belo Horizonte
Drag queen na Parada LGBT de BH
Parada LGBT de Belo Horizonte
Parada LGBT de Belo Horizonte
Parada LGBT Parada LGBT de Belo Hori
Parada LGBT de Belo Horizonte
Parada LGBT de Belo Horizonte
bottom of page